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Como é o passeio pelos cânions do São Francisco, no sertão nordestino?

  • Foto do escritor: Anderson Vasconcelos
    Anderson Vasconcelos
  • 24 de ago. de 2023
  • 4 min de leitura

Atualizado: 24 de ago. de 2023

Atrativo é acessível a partir dos municípios de Olho d'Água do Casado e Delmiro Gouveia, em Alagoas, ou Canindé de São Francisco, em Sergipe.


Conhecer os cânions do São Francisco, no sertão nordestino, já estava na nossa lista de desejos há algum tempo. Assim que pintou a oportunidade, seguimos para Olho D’Água do Casado, em Alagoas, a 270 km da capital Maceió. O município é um dos “portais” para passeios de barco pelo rio mais icônico da região, um destino cheio de beleza, cultura e história.


Saímos bem cedo da capital alagoana, pouco depois das 5h da manhã, e seguimos de van pela AL 220, com previsão de chegar por volta das 10h30 a Piranhas, a “capital do cangaço”, cidade que serviria de base para nosso tour pelo sertão. Entretanto, uma articulação de última hora com a equipe da van e a chegada antes do tempo previsto nos permitiu mudar a programação e já seguir direto para Olho d’Água do Casado.



Próximo à sede do município, trocamos de veículo e seguimos com o traslado do receptivo @tonytourcanions, observando alguns pontos de interesse pelo caminho. No trajeto até a Praia da Dulce, o trecho final da estrada já revela um visual bem interessante do São Francisco e só faz aumentar a expectativa pelo encontro. No ponto final da estrada, há um grande estacionamento, que costuma ficar cheio aos fins de semana. Ali ao lado, uma área coberta com restaurante e banheiros está no caminho até a plataforma de embarque, acessível em uma descida bem leve.


No local, há a opção de fazer o passeio em catamarã, com grupos maiores, mas não há saídas todos os dias na baixa temporada. Como fechamos um tour privativo, a lancha ficou a nossa disposição durante todo o programa. A embarcação avançava lentamente pelas águas represadas do Rio São Francisco, enquanto o condutor, o Tony, o mesmo do receptivo, dava informações preciosas sobre o atrativo. Logo no início da viagem, há uma imagem do padroeiro da região no alto de uma serra. Nunca é demais uma benção ao visitante, né?


A navegação passa por um bom trecho do lago da Usina do Xingó, o 5º maior cânion navegável do mundo. Aquela área é conhecida como “trevo” ou “tríplice divisa”: de uma lado, Alagoas; do outro, Sergipe. Já o estado da Bahia fica bem mais distante do lago. Mas, tudo ali, acessível a partir do Velho Chico.



A lancha vai rio adentro, pelas águas que serpenteiam rochas areníticas que parecem ter sido talhadas à mão. Impressionam pelo show de beleza e pelas cores que compõem a paisagem: os paredões rochosos em tom avermelhado e as águas esverdeadas. Não tem como não ficar boquiaberto com o conjunto da obra!


Depois de aproximadamente 50 minutos de navegação, chegamos a uma das três plataformas onde as embarcações costumam fazer uma parada, possibilitando aos visitantes um mergulho revigorante nas águas esverdeadas do São Francisco. Antes de nos preparar para esse desejado encontro, preferimos colocar os equipamentos de segurança e seguir, numa embarcação menor (R$ 20/pessoa), para um dos pontos altos do programa: a Gruta do Talhado.



A gruta é um dos cartões-postais da região. Paredões avermelhados praticamente se conectam, separados apenas por um corredor estreito de água esverdeada, tomada de calmaria e pelo silêncio da natureza. Barulho mesmo só do remos que encontram a água e fazem a embarcação menor avançar até o final do canal. A Gruta do Talhado leva esse nome porque as rochas parecem ter sido talhadas, como o nome sugere.


A canoa faz meia-volta e prosseguimos para a plataforma, prontos para o tão aguardado mergulho, finalmente o nosso primeiro encontro com o Velho Chico. Naquele dia quente, o banho foi relaxante. Águas revigorantes que acalmam e têm muita história para contar. Curtimos a manhã até a hora do almoço. De lá, seguimos navegando para o restaurante ecológico Castanho, às margens do São Francisco, no município alagoano de Delmiro Gouveia.



O espaço fica numa propriedade de encher os olhos, com excelente infraestrutura para relaxamento, além de oferecer um menu com destaque para os sabores da região. Não teve erro: enquanto aguardávamos o almoço preparar, aproveitamos o serviço do day use (R$ 20/pessoa) para um banho refrescante na piscina de borda com vista para o rio mais famoso da região.


Como é que levanta de um espaço desse de barriga cheia? A vontade era ficar, mas precisávamos regressar. Deixamos o restaurante pouco depois das 14h e retornamos à Praia da Dulce. Seguimos com o traslado do @tonytourcanions, pela AL 225, por aproximadamente 23 km, até chegar ao centro histórico de Piranhas, onde ficamos hospedados. Uma boa maneira de começar essa aventura, não?



ANOTE AÍ!

Como chegar:

- Como dissemos no texto, chegamos a Olho d'Água do Casado em uma viagem de van, a partir de Maceió. Não há ônibus intermunicipal interligando essas duas cidades ou mesmo a capital a Piranhas. Mas, há uma boa rede de vans que fazem viagens a vários municípios no interior. Na rodoviária da capital alagoana consta um mural com informações sobre os destinos e horários. Foi assim que descobrimos como chegar à "região do cangaço". Fizemos o trajeto na van do condutor Israel Ferreira (R$ 75/pessoa; 82 98809-3977).


- A viação Rota faz o trecho Aracaju - Canindé (R$ 66/pessoa), em uma viagem de aproximadamente 4h, pela SE 230. Fizemos esse trecho em sentido contrário, seguindo para a capital sergipana e a viagem foi bem confortável e tranquila.


Quem leva:

- @tonytourcanions, em lancha privativa (preço varia conforme quantidade de pessoas; nosso saiu a R$ 300/família)

- Restaurante Castanho, em catamarã (R$ 135/pessoa sem almoço; R$ 190/pessoa com almoço)

- Atend Tour Receptivo, em catamarã (R$ 135/pessoa)




* Imagens: Anderson Vasconcelos e Maik Rodrigues.


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