Reserve pelo menos três dias para aproveitar bem a programação infantil na região
Gramado e Canela, na serra gaúcha, sempre figuram na lista dos destinos de inverno mais procurados do país e ainda como “rota romântica” para casais apaixonados, além do tradicional Natal Luz, que faz a região ser uma das mais procuradas do Brasil em dezembro. Badalados nesses períodos, os dois municípios, a cerca de 2h de Porto Alegre, também são excelente opção de destino para quem viaja com criança e não faltam atrativos para a programação com os pequenos. Zezé que o diga!
Viajamos ao noroeste do Rio Grande do Sul para um evento muito especial (eu já contei isso aqui!) e, claro, incluímos a serra no roteiro - a 1ª viagem do nosso baixinho para o destino. Tomamos um ônibus para Novo Hamburgo, a partir de Santo Ângelo, e, de lá mesmo da rodoviária do município da região metropolitana de Porto Alegre, sem perder tempo, seguimos de carro até a hospedagem em Gramado, em uma viagem tranquila numa corrida de app de mobilidade. Também há a opção de seguir de ônibus (bilhete R$ 33) até o destino, mas a linha sai em horários específicos e demora mais a chegar ao município. Quem preferir, tem ainda a opção de utilizar um transfer ou fechar com uma agência, mas os valores podem ser beeeeem “salgados” para esse curto trajeto. Para terem uma ideia, os orçamentos que solicitei variaram de R$ 600 a 1.200 (ida e volta).
A corrida no aplicativo de mobilidade, a partir de Novo Hamburgo, foi uma excelente opção, considerando a comodidade, o preço (custou cerca de R$ 130) e o tempo de deslocamento. Se você viaja em um grupo pequeno, considere essa alternativa, inclusive saindo da capital gaúcha. É bem comum a disponibilidade de carros nesse trajeto (usamos também na volta). E para facilitar a nossa circulação no destino, optamos por uma pousada próxima ao badalado centro da cidade, a uma distância amigável do burburinho. E isso fez uma enorme diferença.
A hospedagem ficava a 500 metros do Mini Mundo (todos os dias, das 9h às 17h; R$ 34/de 03 a 15 anos; R$ 58/adulto, na baixa temporada), razão pela qual esse foi o 1º atrativo da nossa programação. Após seis minutos de caminhada por uma rua cheia de hortênsias, chegamos ao parque que impressiona pela quantidade e pela riqueza de detalhes das réplicas, em miniatura, de construções importantes ou imponentes espalhadas pelo planeta. Ao todo, a “minicidade” conta com 133 construções que chamam a atenção não somente dos baixinhos. Até os adultos ficam impressionados com a magia do lugar que reproduz obras numa escala 24 vezes menor que o original, sejam monumentos históricos, prédios famosos e pontos turísticos do mundo.
Um dos destaques é a versão diminuta do Castelo de Neuschwanstein, da região alemã da Baviera. Igualmente impressionante, o suntuoso Palácio do Príncipe de Mônaco é outro atrativo entre os castelos europeus representados no Mini Mundo. Já na lista de pontos turísticos nacionais, o Jardim Botânico de Curitiba (PR), o Museu do Ipiranga (São Paulo/SP) e a Igreja de São Francisco de Assis (Ouro Preto/MG), entre outros, exibem sua riqueza de detalhes tal qual a versão original. O impacto do primeiro contato com a cidade em miniatura é tão grande que você não sabe exatamente pra onde olhar. A dica é: não tenha pressa e aprecie o circuito cheio de detalhes.
Dá até pra fazer uma “boquinha” lá, pois o parque conta ainda com área de alimentação, espaço infantil e lojas temáticas, além de vários personagens que fazem a alegria da criançada durante a visita. O que começou como uma tradição familiar, há quase 40 anos, com uma casa de bonecas e um conjunto de castelos com trenzinho, hoje tem até visita guiada e é sucesso de público, encantando famílias que visitam o atrativo.
“Você quer brincar na neve?”
Quase 6 km distante, já mais longe do Centro de Gramado, está o atrativo imperdível para quem deseja brincar na neve: o Snowland (R$ 159/adulto; combo com esqui e snowboard sai a R$ 249/adulto), parque temático localizado na rodovia RS 235, que liga a cidade à Nova Petrópolis. Inaugurada em 2013, a atração é dividida em duas grandes áreas: o Vilarejo Alpino e a Montanha de Neve. No centro do primeiro, logo após a bilheteria (o passaporte dá acesso a quase toda diversão), está a disputada pista de patinação no gelo, rodeada de lojinhas - cheias de itens para usar em baixas temperaturas, claro, e guloseimas de encher os olhos. Não perdemos tempo e corremos direto para a fila da pista, bloqueando qualquer tentação para altas doses de açúcar…rsrsrs. À medida que a fila diminuía à nossa frente, só aumentava a expectativa para curtir o atrativo. Durante a espera, na fila mesmo, são distribuídos equipamentos de segurança para aqueles já mais perto da entrada, passadas orientações pelos instrutores, colocados os patins e voilá!
Foi a nossa primeira vez. E vou confessar: é bem difícil equilibrar-se e sentir-se seguro num primeiro momento. Ainda mais se você tiver com a (nobre) missão de seguir a diversão com o filho pequeno (de seis anos, vamos combinar!). Enquanto eu tentava patinar e ajudar o Zezé a manter-se de pé, ele apenas ria, pouco importava se o pai podia tombar com ele. Pura alegria! Maik ficou mais a vontade para ensaiar uma melhor intimidade com a pista naqueles (poucos) minutos. Eu adoraria ter praticado mais uma vez, mas aquela fila, naquele momento, não estava nada convidativa.
De lá, superado o susto, mesmo com “zero tombo”, seguimos para a Montanha de Neve, uma espécie de parque de diversões abaixo de zero, onde você pode praticar os esportes de inverno mais populares. Durante todo o caminho, as sinalizações indicam o que fazer. Antes de adentrar à “cidade” nevada, é necessário colocar os equipamentos para não congelar… rsrsrs. Os termômetros marcavam menos 5 graus. Calça, jaqueta de frio e botas, além de luvas. Meu único erro foi ter ido somente com um par de meias. Se você é friorento como eu, agasalhe bem os pés (fica a dica!) e vá com suas próprias roupas de frio, pois pode ser um tanto desconfortável andar sobre aquele gelo todo, mesmo com as botas, e enfrentar aquela temperatura.
Moisés não perdeu tempo e já correu para a fila do mini tubing, um castelinho que possibilita a descida de pistas escorregadias em pequenas boias, um atrativo e tanto para menores de 130 cm, como o Zezé. E nós, claro, tivemos de esperar. Ele repetiu a dose um par de vezes! De lá, demos um giro pela Montanha de Neve e seus atrativos. E nos divertimos um bocado. Destaque para a descida de boia gigante no tubing, uma pista super alta com acesso proibido para a turma do Zezé. Maik ficou com ele, enquanto eu curtia aquela dose de adrenalina, tarde adentro. Já numa montanha de 120m de extensão, dá pra fazer esqui e snowboard. E se você precisar, tem até aulas disponíveis (vou logo adiantando que a “brincadeira” não sai barato). Mas a vida nem sempre é feita de acertos. Se eu pudesse voltar no tempo, teria ido ao Snowland logo pela manhã, para aproveitar bem todos os atrativos. Ir após o almoço não foi uma escolha acertada.
Canela
Que Gramado é muito mais famosa (e tem mesmo sua beleza!) não há dúvidas, mas eu particularmente prefiro os atrativos de Canela, município distante 8 km do queridinho da Serra Gaúcha. E um dos programas imperdíveis são os Bondinhos Aéreos - Parque da Serra (R$ 70/a partir de 13 anos; R$ 35/de 6 a 12 anos), a 10 km do centro da cidade e bem pertinho do Parque Estadual Cascata do Caracol, uma espécie de versão diminuta dos bondinhos do Rio, com cabines para até 8 pessoas, mas de onde você pode apreciar a vista privilegiada da queda d’água mais famosa da região. A estação Central, que concentra todo o burburinho dos visitantes, dá acesso a outras duas.
A estação Animal, primeiro desembarque do bondinho, a 130 metros de altura, conta com uma trilha ecológica e o Espaço das Esculturas que Falam, atrativo com pouco mais de 80 peças talhadas em madeira e que permitem reproduzir o som
de cada animal naquele espaço. De lá, o visitante segue para a Estação Cascata do Caracol, de onde se pode contemplar uma das mais belas vistas da região, curtindo a queda d’água que cai bem à frente. Neste ponto, há um mirante que conta até com serviço de fotografia, com impressão da imagem, para recordar desse momento ímpar da viagem. Fizemos várias fotos e também usamos o serviço.
De todos os atrativos para os pequenos, o mais divertido, sem dúvidas, é o Parque Terra Mágica Florybal (todos os dias, das 9h às 16h30/ R$ 120/pessoa; R$ 60/de 4 a 15 anos), atrativo com um super circuito cheio de diversão, aventura e personagens que encantam até os adultos - outro programa que deve ser feito durante o dia inteiro, para que a criançada possa aproveitar tudo. Logo na entrada, o visitante é recebido pelo “Gigante Semeador”, o qual lança a ideia para que você plante uma boa experiência ao longo do trajeto. E não tem como começar ruim: de cara tem degustação de chocolate e, no caminho, uma fábrica e até uma cascata de onde jorra chocolate líquido.
No percurso, há um castelo restaurante para quem preferir fazer as refeições lá. Como chegamos logo após o almoço seguimos pelo trajeto. Moisés estava encantado com tanta brincadeira disponível. Paramos nos Simuladores de Montanha Russa (permitido para crianças a partir de 3 anos), que tinha uma pequena fila, e curtimos a experiência. Parece tão real que a impressão é que, em alguns momentos, você vai despencar dos trilhos. De lá, passamos pelos pinguins da Terra Mágica até chegar ao Gorila, que marca o início da trilha. De lá, riso solto e gritos no Django Gan, um tobogã radical com uma queda de 50 metros em 12 segundos, em meio a floresta. Claro que repetimos a dose. Esse menino tem uma energia que parece não ter fim.
No percurso, tem espaço da fé cristã (por que não agradecer por esse dia, hein?), dos homens de pedra, da mitologia grega e dos mistérios. Mas, o que o Zezé mais curtiu, sem concorrência, foi o Território dos Dinossauros (ele está numa fase que conhece praticamente o nome de cada espécie, enquanto eu só consigo reconhecer o Tiranossauro Rex e muito por conta da franquia ‘Jurasic Park’... risos!). A expressão variava entre espanto, surpresa e alegria a cada um que encontrava pelo caminho. Para arrebatar a experiência, fizemos um voo em um pterodáctilo (R$ 20/pessoa; R$ 10/de 4 a 12 anos). O passeio de velociraptor e o cinema 7 D são as outras atrações não inclusas no ingresso. Mas, quer saber? Tem tanta coisa pra fazer que estou pensando em voltar, quem sabe agora com a companhia dos sobrinhos!
ANOTE AÍ!
Quando ir:
Por estar no sul do país, numa zona de clima temperado, e numa região de serra, a mais de 800 metros de altitude, Gramado e Canela costumam ter temperaturas mais baixas que a média brasileira. No meio do ano, nos meses de junho e julho, no inverno, a mínima pode variar entre 8ºC e 10ºC. Nesse período, a precipitação também é alta. Mas não se engane: a temperatura sobe bastante entre novembro e janeiro, podendo ficar acima de 30ºC. Nesse período é quando os destinos ficam iluminados para o famoso Natal Luz e as ruas tomadas por lindas hortênsias. As cidades ficam cheias e é bom se organizar com antecedência. A região também fica disputada durante as férias de janeiro. Outro período disputado é quando ocorre o famoso Festival de Cinema de Gramado, em agosto. Se você não curte muita muvuca, de março a maio é um bom período, inclusive com menos ocorrência de chuvas na região.
Transporte (preço por trecho):
- Ônibus de Porto Alegre a Gramado: R$ 48 a 65 (Citral)
- Ônibus de Novo Hamburgo a Gramado: R$ 33 (Citral)
Para esse deslocamento, nós optamos por usar os aplicativos de mobilidade, que funcionaram super bem, inclusive nas viagens entre Gramado e Canela e os passeios aos atrativos da região.
Onde ficar:
- Pousada Árvore da Coruja (Gramado): R$ 230 (quarto duplo, com café da manhã);
- Hotel Recanto da Serra (Gramado): R$ 535 (quarto duplo, com café da manhã);
- Pousada Doce Canela (Canela): R$ 380 (suíte luxo, com café da manhã);
- Flame Hotel Canela (Canela): R$ 336 (quarto duplo, com café da manhã);
O que levar (no verão):
- Roupas leves (e um agasalho para programação à noite);
- Tênis ou outro calçado adequado para caminhada;
- Cantil (hidrate-se sempre!)
- Protetor solar;
- Chapéu ou viseira;
- Para divertir-se no Snowland, use roupas mais adequadas ao frio.
* Imagens: Anderson Vasconcelos e Maik Rodrigues.
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